Budapeste, 18/11/2023 - O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, disse neste sábado que a Ucrânia está "a anos-luz" de aderir à União Europeia, sinalizando ainda que o seu governo provavelmente representará um obstáculo às ambições de Kiev de ingressar no bloco.
No congresso semestral do seu partido, o Fidesz, Orbán afirmou que ele e o seu governo iriam "resistir" às conversas agendadas para meados de dezembro sobre a possibilidade de a UE convidar formalmente a Ucrânia para iniciar as negociações de adesão.
A admissão de um novo país no bloco europeu requer a aprovação unânime de todos os países membros existentes. "A nossa tarefa será corrigir a promessa errada de iniciar negociações com a Ucrânia, uma vez que a Ucrânia está agora a anos-luz de distância da União Europeia", disse Orbán, acrescentando que impedir a entrada da Ucrânia no bloco será uma das prioridades do seu governo nos próximos meses. Ele foi reeleito presidente do partido nacionalista.
No início do mês, a Comissão Executiva da UE recomendou o início de negociações de adesão com a Ucrânia, dizendo que o governo em Kiev "demonstrou nível notável de força institucional, determinação e capacidade de funcionamento".
Orbán é um dos únicos aliados do presidente russo Vladimir Putin na UE. Ele argumentou que as negociações não deveriam começar pelo fato de a Ucrânia estar em guerra. Segundo ele, a entrada da Ucrânia reorientaria o sistema de distribuição de recursos entre os 27 membros da União Europeia. Orbán também ameaçou bloquear um plano do bloco europeu de fornecer um pacote de ajuda de quatro anos no valor de 50 milhões de euros (cerca de US$ 53 milhões) à Ucrânia.
Fonte: Associated Press
